terça-feira, 1 de abril de 2008

Para Tudo !!!!

Para Tudo!! A uma altura dessas do campeonato, admito fui forçada a parar.

O que acontece é o seguinte, no 7° semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo, me aparece um certo professor versando sobre novas arquiteturas ao redor do mundo que foi intitulada de desconstrutivista.

Até ai você deve está pensando: tudo bem é apenas um novo estilo? Tudo bem nada, desconstrutivismo não é um estilo, não tem uma lógica formal, como estamos acustumados a lhe dar com arquitetura, e pra completar o cenário o professor é uma peça impar, esses tipos que se lê simples mais quando abre a boca é puro intelecto. Captou. A cabeça do cara é capaz de dar partida em um concorde, são dez milhões de palavras-pensamentos uma loucura, numa só aula, alunos perplexos, é admirável.

Então você pensa – Acabou é só um novo professor vocês se acostumam! Acabou HaHaHá... acabou nada, ta só começando, o cara diz elegantemente na sala, que não haverá prova te passa um lista de nomes fantásticos de arquitetos também fantásticos e diz – Se vira: faz o que quiser –

Então... Conecto a internet e vou direto para o bom e velho amigo google e digito – Daniel Libeskind – e aguardo em busca das respostas... Putz!!!

PARA TUDO OLHA O QUE O CARA FAZ !!!





Denver Art Museum


Rom Crystal



Royal Ontario Museum


Royal Ontario Museum's



No primeiro contato surge o sentimento de admiração, imagine você andando pela rua e se deparando com uma arte arquitetônica dessa magnitude, a perplexidade diante do imprevisível, totalmente incerto uma lógica que quer comunicar mais que um mero objeto. Onde está a porta quero entrar. Quero sentir, respirar esse novo ar que foi proposto, quero caminhar, entender sua espacialidade interna, suas relações com a cidade, sua lógica projetual.

Mas a porta está trancada, acorrentada, não temos acesso a isso. Desesperada digito no goolgle planta baixa, corte ... NADA!! Sou subitamente tomada por uma frustração, um sentimento de pequenez, de insuficiência se adere a minha alma.

Não consigo captar sua lógica projetual, alias nem o próprio criador consegue defini – lá segundo ele ”é algo difícil de explicar. Trata-se do processo de fazer que emergam coisas, algo que te obriga a estar conectado com o espírito do mundo” É ai que as coisas se distanciam ainda mais, entrar em contato com o espírito do mundo que nos rodeia, é entrar em contato com uma lógica quadrada, pouco intelectualizada, pobre física e espiritualmente.

Existe uma grande distância entre conhecer novos perceptos e lê figuras. Os sentimentos não afloram, eles se confundem e acabamos por não entender o que é proposto.


Grande parte dos projetos de Libeskind se constituem em “transformar pathos em arquitetura, ao incorporar a memória sobre os acontecimentos mais traumáticos para a humanidade contemporânea. Diante desse fato “a arquitetura é uma percepção, algo que possui uma dimensão intelectual. “É uma forma de comunicar algo mais, alem da realidade física em que está construída”. Vamos ser realistas, nem sempre é possível comunicar as coisas dessa maneira, o museu judeu, a torre da liberdade e toda a zona zero tem uma força espiritual, tem mundo próprio. Ele constrói uma materialização filosófica de um estado psíquico de uma condição humana.
Esse discurso que a arquitetura é uma tradução da vida, do pulo de um tempo, literalmente fruto de uma inspiração se perde nos próprios projetos retóricos de estética inquestionavelmente libeskiniana, como a sede da Nestlé, o Royal Ontário Museum, Teatro Grand Canal
nos quais a intenção é fundamentalmente impressionar,
se destacar, causar efeito.

Ninguém há de questionar aqui a maravilha que é uma arquitetura libskiniana, mais no universo que nos permeia aqui ou em qualquer lugar do mundo não da para ficar só adquirindo uma sólida reputação teórica enchendo arquitetura de romantismo e sentimentalismo. Esse discurso esta condenado a encalhar-se em si mesmo quando ele cria roupagens arquitetônicas aplicáveis em qualquer tempo ou lugar, carimbos, pastiches, chamem do que quiser não importa o que quero dizer é que Daniel Libeskind teve um surto criativo, desenvolveu uma metodologia projetual que lhe é única e que isso se incorporou aos seus projetos sem necessariamente está indo alem da realidade física que está sendo construída.